Por: Thiago Florêncio
Foto: Pedro Click / Atlético
Na manhã do último sábado (7), um vídeo do narrador Jorge Iggor, da TNT, chamou a atenção dos torcedores do Atlético ao viralizar nas redes sociais. Com um tom direto, mas reflexivo, Jorge levantou questões importantes sobre a administração da SAF do clube, gerida pelos 4 R’s — Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador.
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Entre os pontos mencionados, o narrador trouxe à tona uma declaração de Rafael Menin, feita em maio de 2022, durante o planejamento da venda do shopping Diamond Mall, no bairro de Lourdes, como parte da estratégia para quitar dívidas do clube.
“A venda do Diamond Mall permitirá que o Atlético possa ter três, quatro jogadores do quilate do Hulk (sem precisar pagar juros)”, afirmou Menin, em entrevista a um repórter do site ge.globo.
Recordando essa declaração, o narrador não poupou críticas aos investidores e dirigentes do clube.
“O Atlético hoje é uma zona, não tem projeto de futebol. Aliás, os 4 R’s têm muita coisa para explicar aí no Galo, hein? Cadê os quatro Hulk que iam chegar com o dinheiro da venda do shopping?”, iniciou.
“Aliás, cadê o dinheiro da venda do shopping? Onde foi parar esse dinheiro, galera? 4R’s, cadê os quatro Hulk’s que iam chegar, os reforços espetaculares? Cadê a redução substancial da dívida do Atlético? Cadê? Estou tentando achar…”, ironizou.
‘O clube moedor de técnicos’
Além de todos esses problemas, o Galo ainda lida com um outro problema crônico, que vem muito antes da SAF assumir o controle do clube. Desde o fim da penúltima passagem de Levir Culpi, há mais de nove anos, nenhum técnico completou um ano à frente do Galo.
Na última quarta-feira (4), Gabriel Milito foi o mais recente a deixar o comando. Em meio à instabilidade, Jorge Iggor também criticou duramente os gestores do clube no vídeo que ganhou repercussão.
“Estou tentando entender porque assim… Você vira SAF, vende shopping, tem um aporte de R$ 900 milhões e a dívida continua aumentando, não está fazendo sentido. A conta do Atlético para mim não está fechando. Fora a máquina de moer técnico que há anos ninguém fica mais no Atlético por mais de um ano. Ninguém consegue ficar uma temporada completa lá. Esquisito”, criticou o narrador.
‘Chuva de críticas’
E as críticas não pararam por aí. O jornalista da TNT, levantou um ponto polêmico ao questionar a decisão da SAF do Atlético de não optar pela recuperação judicial para lidar com suas dívidas, estratégia adotada por clubes como Cruzeiro, Sport, Coritiba e Náutico.
A recuperação judicial, regulamentada pela Lei 14.193/2021, permite que clubes renegociem grandes passivos financeiros com credores, buscando descontos significativos, mesmo sem precisar migrar de associação civil para sociedade anônima.
“Por que o Atlético não aderiu ao regime de recuperação judicial? Não é curioso, sendo que os credores, os grandes credores hoje do Atlético são os caras que estão comandando a SAF do Atlético. Recuperação judicial dá um abatimento de mais de 60% do valor das dívidas. Não seria interessante? Pagar essas dívidas ou esse abatimento com esse desconto generoso. Mas como eles são credores, o torcedor fica pensando, ora, que estranho, que esquisito…”, observou o narrador.
Por fim, Jorge Iggor criticou os inúmeros problemas da Arena MRV nesta temporada.
“Uma Arena construída com vários problemas. Problemas básicos, já trocaram o gramado mais de uma vez, já teve que resolver a acústica, agora risco de rebaixamento na última rodada, que coisa estranha essa SAF do Galo, gente! Meu Deus! Os quatro 4 R’s têm muito o que explicar independentemente do que acontecer na última rodada”, encerrou.
Vida ou morte
Neste domingo (8), o Galo encara o Athletico-PR, pela última rodada do Brasileirão, às 16h, Arena MRV. O clube busca pôr fim a um jejum de 12 jogos sem vencer, marcado por oito derrotas e quatro empates.
A sequência negativa inclui os vices na Copa do Brasil e Conmebol Libertadores, agravando a crise do time, levando à possibilidade de rebaixamento, caso o Galo perca o confronto, e Red Bull Bragantino e Fluminense vençam as suas partidas.
Com a ameaça de rebaixamento e a pressão crescente da torcida, a SAF do Galo enfrenta um dos momentos mais críticos de sua gestão, enquanto questões sobre transparência e planejamento continuam sem respostas claras.
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